Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz - Abrepaz, instituição voltada para a defesa de práticas e expressões de pensamentos plurais, humanistas e democráticos, fundada sobre princípios kardecistas de igualdade, equidade e fraternidade, participa e encampa a campanha contra o genocídio ao povo palestino.
18.800 palestinos já morreram na guerra, 70% são mulheres e crianças! Entendemos a urgência desse movimento com o intuito de evitar que mais vidas se percam, sobretudo as de milhares de crianças, mulheres, jovens, adultos e pessoas vulneráveis por conta da delirante ânsia imperialista que deseja, a todo custo, demonstrar seu poder de persuasão e força com vistas a manter o seu poder local.
O conflito, que ora tende a se expandir com vista aos acontecimentos dos últimos dias, não começou em 7/10 último, arrasta-se por décadas. Sem diálogo e negociação o povo palestino vem sendo lentamente exterminado debaixo de nossos narizes sob a anuência de uma aparente legitimidade democrática aos olhos daqueles que se acham a polícia e a justiça e modelo moral e racial do mundo. Desde 1896, a partir de Theodor Herzl o sionismo, movimento que ganhou corpo a partir do genocídio nazista, se expande e se sobrepõe à existência do povo palestino.
Por ironia do destino, jamais imaginávamos que as vítimas, do holocausto Judeu pelos nazistas seriam as mesmas que, quase um século depois, incorporariam a mesma sanha ensandecida contra seus vizinhos semelhantes. Além do novo holocausto que estamos vendo diante de nossos olhos na chamada terra santa, tida como a “pátria de Jesus”, paira-nos a ameaça da esquizofrenia religiosa neopentecostal dos falsos profetas que pregam o ódio e a noção de que “são chegados os tempos”, criando formas fascistas de entrincheiramento social e politico por todo o globo, com o intuito de nos levar às “vias de fato” de uma 3ª Guerra Global.
E por que dizemos “vias de fato”? Porque essa guerra já começou, ainda que por procuração. É nítido que o conflito na Ucrânia, que pulou para a África, agora se estende para o Oriente Médio e, não à toa, observamos o crescimento de uma horda neopentecostal, neoconservadora, neoliberal que assediam consciências políticas progressistas, no intuito de resistir à queda da noção de mudo unipolar ou queda da ordem imperial.
Vimos no Brasil, o crescimento do empreendedorismo religioso que deu sustentação à mais ignomínia das formas políticas já vistas em nosso país: o fascismo bolsonarista, impregnado de ódio e aspirações nazificantes. Com o fascismo não há diálogo, nem inter-religião já que sua síntese religiosa - se é que existe -, não se compõe de princípios espirituais suficientemente filosóficos e amorosos que o justifique.
Assim sendo, entendemos que a solidariedade à palestina não é somente para a Palestina, mas aos povos de todo planeta, a considerar que, se não nos mobilizarmos com urgência para barrar esse genocídio e interromper essa guerra, possivelmente será a última para a vida no planeta, razão pela qual seremos todos parte de um genocídio generalizado.
Em nome de Alá/ Brahma/ Javé/ Olorum/ Deus/ Vairocana/ Budista/ Tao/ Temaukel/ Ngenechen/ Pillan/ Eschetewuarha/ Yekánkren Yirugn/ Pai-Sol Xerente/ e muitos outros sob o signo de “amor”, nos colocamos ao lado do povo palestino.
Palestina Livre Já!
Brasil, 27 de dezembro de 2023
Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz
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