
TEXTO CURATORIAL
“Resgate”, exposição individual da artista plástica Haydèe Sampaio, pode ser observada como um marco dentro do espectro da arte brasileira, sem falsa modéstia. Por meio de sua e construção estética ímpar, a artista desenvolve um processo de “revisita”, retornando à realidades e irrealidades estranhas ao humano contemporâneo. Haydèe nos apresenta a essa “cartografia ribeirinha”, que remonta às próprias estradas trilhadas por ela. São histórias de calma, paz, efemeridade e espiritualidade, traçadas por uma intrincada rede de memórias e pinceladas fugazes.
Dividida em três blocos reflexivos – “Raízes”, “Caboclas” e “Contemplação” – a exposição aborda o observador com um toque matronal. O caminhar pelo espaço virtualizado da exposição é um momento de deleite visual leve, prazeroso, mas também de interiorização dos ruídos inexpostos, escondidos por detrás de gestos, expressões, olhares e posturas. As pinceladas e cromaticidade implementadas pela artista são caminhos que conduzem a experiências profundas, num processo reflexivo entre o “eu” da artista e o do observador: basta que este se deixe imergir na poética empregada.
“Resgate” é, enfim, uma mostra da percepção da artista sobre o que se tem perdido com a modernidade acelerada, desligada do natural e do rústico. É também um aviso e, ainda, uma oportunidade de “Resgate” daqueles que estão à deriva, entre mundos concretos e possíveis.
Bruno de Abreu Mendonça

Sobre a exposição
Agora que você já assistiu o vídeo explicativo sobre a exposição, sugerimos que você toque a música abaixo, entoada por 11 corais infanto-juvenis, do álbum Memória Viva Guarani, para ter uma melhor experiência durante o seu passeio pelas obras.
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O primeiro bloco, "Raízes", a temática indígena - que remete às origens da artista - é abordada com mais profundidade do que nas demais obras que compõem a exposição. Busca-se aqui a representação de uma a visão sobre a identidade, a mulher e a terra, conectadas a uma cosmovisão superior e ao mesmo tempo simples, pura.




Bloco dois da exposição, intitulado "Caboclas", onde desveda-se um pouco do estilo de vida ribeirinho, proporcionando uma aproximação com a visão e formatação cabocla sobre o viver.